quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Incertezas vivas

Em um texto anterior, disse que 2018 foi o ano do absurdo e explico: a palavra ‘absurdo’ tem em sua origem a conotação daquilo que não é audível. Claudio Thebas sempre fala que o que fazemos na Escola dos Pais é subversivo. E é mesmo. Porque nossa premissa básica é desenvolver a capacidade cada vez mais necessária de ouvir e falar. Aprender a estabelecer um diálogo. Será possível criar espaços de diálogos quando vivemos situações absurdas? Depois do ano do absurdo, entramos no ano das incertezas.


Uma nova turma, a Sexta Turma da Escola dos Pais se iniciou esse ano. Com tantas ou mais incertezas que permeiam os aspectos todos da vida atualmente. Inicialmente eram muitos os interessados, mas quantos mesmo permanecerão? Uma grande novidade também trazia seu quê de incertezas: Claudio Thebas passou a ser assessorado por duas pessoas que já faziam parte da Escola dos Pais. E quem acompanhará a turma dos veteranos da Escola dos Pais, que insiste em continuar cada vez mais forte? Claudio e suas duas novas “estagiárias” pra cá, Pedro Limeira pra lá, e vamos ver no que vai dar.

E deu em muita coisa. Muita reflexão sobre a que e a quem se destina a Escola dos Pais, sobre como atuamos dentro da comunidade escolar, e como podemos e devemos atuar fora dela, conversas com diretoras para acertar os ponteiros, conversas entre nós para acertar tantos sentimentos.


Entre os “calouros” vivências as mais lindas impossíveis. Um grupo que também logo ganhou força, deixou de ser a Sexta Turma para ser a Turma do Garrafão. Dentro dos meus achismos especulativos, acredito muito que toda essa vontade de estar junto e fazer juntos vem de tantas incertezas que rodeiam a vida fora desse universo à parte que criamos nos encontros. Aqui nos encontramos, nos achamos. No sentido individual da palavra, e principalmente no sentido coletivo. Criamos um espaço de diálogo que acontece primordialmente com cada ‘eu’. Para haver diálogo, é preciso haver escuta. E encontrado esse eu, partimos para o encontro com outros ‘eus’. Todos inquietos com suas próprias incertezas, mas dispostos a um diálogo honesto. A uma escuta aberta.


Nesse espaço tão franco, tão profundo, muito nasce e cresce. Principalmente um vínculo muito forte que permanece. Acredito que por isso mesmo a turma de veteranos só cresce, só aumenta. E reiniciamos os encontros. Nesse segundo semestre, seguimos trabalhamos todos juntos. Veteranos e os mais novos veteranos. No mesmo clima de incerteza. O que faremos nesses encontros?


Um sábio uma vez me disse que melhor forma de aprender as regras de um jogo, é jogando. Da mesma forma, só saberemos o que faremos nesses encontros estando lá. E geralmente, por mais que estejamos cansados do dia, da cidade, do trabalho, estamos lá sempre de corpo e alma. Com tanta vontade, com tanta honestidade, que no meio disso tudo é impossível não sair um monte de bonitezas, da qual o nosso mundo está totalmente carecido.






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