Dizem que a vida é cíclica. Essa é uma imagem de que gosto
muito. Ela possui um intrínseco e irrecusável convite à reflexão. E já que
somos uma escola, vamos falar de geometria. A ideia do ciclo remete a duas
formas básicas: o círculo e a espiral. (Acabou aqui a geometria, ufa!)
Consideremos cada experiência que vivemos como um ciclo, que tem uma das formas
acima citadas. Claro que há outras, mas para efeitos didáticos nos concentremos
apenas nessas duas. Explico: um círculo acaba onde começa. Existem experiências
que são assim. Começo e fim. Sem segundo tempo, turno, bônus ou bis. Outras,
apesar de também terem começo e fim, podem ser recomeçadas. Porém, a própria
experiência nos transformou, e assim, ao recomeça-lá, já não somos mais os
mesmos. Como numa espiral. Algumas vezes a forma é uma característica própria
da experiência. Muitas outras, uma questão de escolha.
Como a grande caixa de bombons recheados de escolhas que é a
experiência da paternidade/maternidade. Desde escolhas ultra específicas como o
nome, os padrinhos, a escola para a qual irão e com que idade (a lista é
interminável), até escolhas mais subjetivas e que precisam de muita reflexão,
como que filhos queremos criar? Que tipo de pai/mãe quero ser? E ao refletir
sobre essas questões, muitas vezes nos sentimos angustiados, com medo de errar,
pois quando se trata de nossas crias, queremos nada menos que o melhor para
eles. Temos espaço para compartilhar, dividir essas angústias na Escola dos
Pais.
Que se inicia novamente. Com um grupo todinho novo e um grupo
veterano que está cheio de novas ideias. E muita curiosidade e expectativas. O
olhar dos calouros entrega: aquela curiosidade de saber o que virá. Da parte
dos veteranos, a deliciosa experiência de receber aqueles que estão iniciando o
ciclo, misturada com a expectativa do recomeço do nosso próprio ciclo. Espiral.
Para todos é uma nova experiência. Para quem está começando pela primeira vez,
e para quem está começando pela primeira vez de novo. Sim, escolhemos isso, recomeçar
essa experiência indescritível pela segunda, terceira e até quarta vez como se
fosse a primeira. E de certa forma é, porque já não somos mais os mesmos de
quando iniciamos essa jornada. Somos outros começando um novo processo. E para
quem está chegando agora, fica aqui um convite à possibilidade: que forma você
dará, ao final desse processo, à experiência “Escola dos Pais”? Será um círculo
ou uma espiral?
Cris Attab
Cíclica ou espiral... Que venha o encontro e suas trocas!
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